Hoje vivemos sombreados por uma
Cultura Narcísica ou do Espetáculo, as pessoas não conseguem sustentar uma
relação com o outro e a monogamia dá seus primeiros sinais de extinção. Pessoas
voltadas para dentro de si, apenas para dentro de si. Alguns autores que li falam em Época
Hipermoderna ou Supermoderna, que é fruto do desenvolvimento do capitalismo
multinacional e dos fenômenos da globalização. A principal característica dos
tempos atuais não é a falta, é sim o excesso, que deforma o todo. Na falta de experiências reais e consistentes,
não superficiais como as que se vê por aí, as pessoas tem a si mesmo como
objeto de amor e de sustentação da sua identidade. No estilo "Amar bastante a mim mesmo de modo a
não precisar que ninguém me faça feliz”, vivemos em um mundo onde o
encontro amoroso fracassa antes mesmo de acontecer porque as relações
intersubjetivas estão em ruínas.
Durante o cotidiano das pessoas, elas
se juntam para trabalhar, para estudar, para ganhar dinheiro, para se divertir,
para "ficar". Porém, nem
sempre o estar junto fisicamente vai realizar um encontro. Quando pessoas
em grupo, em um espaço público, um restaurante ou uma festa falam demais,
gesticulam, ocupam todo o espaço possível com uma presença ruidosa. Se
prestarmos atenção, veremos que a maioria não escuta umas às outras, exceto o
mínimo necessário para abrir espaço para a sua própria fala. Falta interesse verdadeiro para o
universo do outro. Falta disposição
interna para escutar, refletir, construir junto um pensamento
compartilhado, produto de um encontro. A vida é um cenário, onde é cada vez
mais freqüente o comportamento teatral,
mais precisamente, televisivo.
As pessoas agem como se fossem personagens
de uma história que está sendo filmada e deixam exibir, na tela, a satisfação
por aparecerem na TV, mesmo que em situações constrangedoras ou dolorosas.
As
identidades se sustentam mais pelas imagens do que pela reflexão, mais pelo
consumo que pelo cultivo. O outro faz papel de espectador ou quem sabe,
coadjuvante, A linha do "você é o que você consome". O amor e o sexo
não escaparam ao princípio consumista do mais querer, que produz o rápido
esgotamento do que se tem. Acumulam-se casos e histórias como se acumulam
coisas. E deles se descarta do mesmo jeito. Nessa lógica, é estimulado o
exercício do sexo (seguro e em grande quantidade), com muita diversificação não
só de parceiros, como de técnicas, acessórios e cenários. O encasulamento é um
recurso de proteção contra o incômodo, a decepção, e o custo de uma relação,
que requer o exercício da tolerância, da reflexão, do diálogo, da autocrítica.
Por fim, se relacionar dá trabalho e
o ganho pode parecer pouco – especialmente quando se vive em um mundo como o
atual, que cobra a busca por um fictício estado prazeroso ininterrupto. O
ganho, que não está previsto nessa conta que soma êxtases, é aquele que não se
percebe de imediato. As pessoas passam a vida se fazendo e refazendo nas
relações com o mundo. A falta de relações autênticas impossibilita experiências
de vida que são imprescindíveis para a felicidade. Ou seja, não se basta
sozinho, mesmo quando acreditar que é melhor não gostar de ninguém para evitar
sofrimento. Assim, há quem prefira se defender do outro ao invés de arriscar, acaba ficando no vazio de si. Cabe a pessoa escolher com qual dos males
pretende levar sua existência, contudo a cultura atual tem levado há uma única
opções a milhares de adeptos...

Amiga, amei, ainda mais a parte que as pessoas naâo tem escutas verdadeiras que escutam procurando um espaço para que possam falar!!!
ResponderExcluirQue bom que gostou Laurinha! beijão
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